Europeus e os bebês

Li muito sobre viagem com bebês na Europa, e em vários lugares comentam de como o pessoal por lá mexe com os bebês… mas nada preparou para a realidade 😉

Não importa onde estava, se a Isabeli estava acordada ou mesmo dormindo, de tempos em tempos aparecia alguém querendo mexer com ela. Normalmente nos lugares mais lotados, estava eu vendo algo, quando ouço um idioma totalmente estranho em nossa direção: lá estava alguém falando com  a Isabeli. De vez em quando a gente reconhecia um “Che Bela”, e no final a Mima até entendia o ‘Jolie’ francês, mas as vezes eram idiomas totalmente incompreensíveis mesmo, ainda que o sentido era fácil.

Mais engraçado que, como seguimos o exemplo europeu de deixá-la sem meia pés várias vezes, tinha gente que já ia direto passando a mão no pezinho. Em outras ela estava num berreiro enorme, a gente desesperado tentando fazer ela dormir, e tinha gente apontando e sorindo. Até esperando farol tinha gente mexendo com ela de vez em quando. E não era só a nossa não: vimos isto com outros bebês que apareciam no caminho também 😉

Mas os 2 momentos mais engraçados: a Mima estava esperando sentada em uns degraus na frente de uma loja, quando chega uma menina e vai logo: “Posso pegar ela?”. Mima: “Não!!” – Moça: “Por favorrrr”. Até assustou! Mas depois a moça sentou e ficaram conversando, mas não deixamos pegar, não. Outro foi um japonês que nem falou nada: a Isabeli estava no carrinho e o cara foi logo se abaixando em direção dela, como se fosse pegar – sorte que ela estava com cinto! Eu, hein!

Fila prioritária

Não tem! Por sorte em Londres quase não pegamos fila, e em Paris tínhamos um passe ‘fura-fila’, mas se em Londres até tinha alguma fila especifica, em Paris nada. O único lugar que deixaram a gente passar na frente foi no Louvre: no restante, se tinha fila onde o cartão não servia, a gente tinha que pegar. A pior foi na Torre Eiffel, onde tivemos que pegar fila de 1 hora prá descer. Até perguntamos se tinha jeito, mas que nada: mesmo quando a Isabeli começou a chorar, tivemos que seguir na fila… por sorte ela só foi chorar perto do final.

Transporte público

Estávamos com medo! Muuuito metrô e muito ônibus! Em Londres até tinha bastante elevador, mas era meio longe… em Paris, nem longe tinha. O que valeu foi o carrinho pequeno desmontável, assim na maior parte do tempo a Mima carregava a filha e eu ficava com o carrinho!

Já ônibus, em Londres todo ônibus tem pelo menos 2 lugares para cadeirante e carrinho de bebê, que foram úteis algumas vezes. O problema: se os 2 estiverem ocupados, mesmo com o õnibus vazio, não podemos entrar. Assim: mais uma vez valia mais dobrar o carrinho do que ficar esperando. Em Paris, não usamos ônibus.

Agora, uma enorme diferença nas pessoas: em Londres, a gente mal entrava com a Isabeli no colo e já tinha gente dando lugar. Se ninguém deu lugar, alguém chamava atenção de outro para que ele desse lugar. Até eu, quando estava com ela, tinha lugar garantido. Em Paris alguns até cediam, mas várias vezes a gente teve que viajar em pé mesmo. Nestas horas, o canguru é primordial para a segurança, já que assim ela fica bem ‘amarrada’ na gente e ficamos com as 2 mãos livres.

Esperando Metro…

E a Isabeli adorou andar de ônibus, metrô, trem… ela entrava e ficava virando de um lado prá outro tentando olhar prás pessoas, sempre recebendo um sorriso de volta – até mesmo de alguns marmanjos de 30 anos. Se alguém estava de costas, lá vai a Isabeli meter a mão na pessoa – mais ainda: lá vai a Isabeli puxar a bolsa da passageira… a gente morrendo de vergonha, e no geral ouvia: já sabe o que é bom desde pequena.

Lugar especial no busão

Mamando e trocando

No começo até tentei ir sempre em lugar que tinha trocador e tals, mas depois de um tempo largamos mão: precisava trocar e não tinha nada? Vai onde estamos. Foram vários banquinhos de praça usados, como numa praça atrás de Notre-Dame; num banquinho do lado de fora dos banheiros de Versailles, que não tinham trocadores; num lugar meio complicado, nas criptas do Pantheon – o mais legal foi em um cantinho protegido nas muralhas do Mont St. Michel!  Em diversos lugares os trocadores eram banheiro especifico para isto, ou era o banheiro para deficientes, que também tinha trocador para bebês – porém na maioria, especialmente em Paris, só no banheiro feminino mesmo.

Relaxando depois de trocar no gramado de Greenwich

Lugar mais legal prá trocar fralda. Muralhas centenárias do Mont St. Michel

Para mamar era mais fácil: ela começou a ter fome, a gente para, prepara a mamadeira e arruma qualquer canto: melhor se for um banquinho, mas a Isabeli mamou em estação de metrô, dentro de ônibus, dentro de trem, embaixo da placa de “Proibido comer e beber” que fica no topo do Arco do Triunfo, e mesmo no Palácio de Buckinghan, indo em lugares que turistas não podem ir – umas 2 ou 3 vezes demos de mamar andando pela rua mesmo, pois estávamos com um pouco de pressa e ela ficou bem tranquila mamando no canguru, enquanto a gente andava. O mais legal foi ficar tirando fotos dos lugares mais diferentes(e ‘chiques’) – afinal: vários lugares as únicas pessoas que tem permissão de comber/beber algo são as da faixa etária dela 🙂

Proibido comer no topo do Arco do triunfo… menos prá mim!

Mamando em Windsor

Claro: sempre há o perigo de sua filha fazer a maior sujeira na fralda quando você está na metade do tour de 90 minutos pelo parlamento britânico. Aí não há muito o que fazer, exceto torcer prá acabar logo ao mesmo tempo que quer presta atenção no que o guia fala e tentar consolar a pobrezinha…ainda bem que o povo não reclamou muito hehe

Soneca

Começou a ficar irritada, a gente tentava descobrir se era fralda ou fome, aí era fácil resolver. O problema é quando era sono! Pode ser bem dificil dormir enquanto estamos no meio de um museu ou mesmo de um parque. Mas depois de um tempo, ela se acostumou a dormir no canguru mesmo, então deitava o pescocinho e puxava um ronco – nossa preocupação era só não deixar ela com o pescoço muito torto. Ainda assim, o sono foi sempre o que gerou mais dificuldade para acalmar a Isabeli.

Por causa disto, poucas vezes chegamos no apartamento depois das 19h00 – e nos 2 dias que tínhamos programa mais tarde, deixei ela e mamãe cedo no apartamento, onde tiraram um baita cochilo pela tarde, e assim a filhota estava bem descansada a noite. Também foi este o motivo de termos cancelado o tour para Stonehenge: ia chegar muito tarde, e a Isabeli ia deixar a gente e todo mundo do tour totalmente doido de tanto chorar… mas como nos entendemos nos horários, na maior parte do tempo foi tranquilaço.

E o fuso horário: ela costuma aqui em casa acordar bem cedo mesmo, então lá ela acordava e já saía passear. Acho que tanto lá quanto ao voltar prá casa, ela acabou se adaptando mais rápido ao fuso do que a gente

Fraldas e cremes

Como sempre falei: na Inglaterra e na França o povo também tem filho de vez em quando, então fralda até que foi fácil – em Londres foi direto, já em Paris não encontrei em mercado, mas sim em farmácia – dureza foi descobrir como pedir hehe Leite levamos Nan daqui, que deu certinho para ir e voltar. O que acabou faltando foi pomada mesmo… pior: acabou na frança, onde o idioma faz falta de vez em quando.

Na primeira compra, acabamos comprando um negócio para assaduras – como a Isabeli teve um pouco em um dia lá, foi bem útil. Mais ainda: o negócio provou-se tão melhor que o que tinhamos usado aqui, que acabamos comprando uns 3 prá trazer para casa. Mitosyl é o nome da pomada. Mas precisava de algo para a troca, e a moça de um hotel nos ensinou: é uma “Pomme por la change” – se fala como está escrito: chãge. Com isto resolvemos a vida 🙂

Papinhas há muitas e bem diferente do que se encontra aqui no Brasil – como a nossa ainda estava no leite, não precisamos, mas papinha acho que vale levar daqui o que já estiver acostumado.

Andando com o carrinho

Lá vimos carrinhos de todo tipo: desde pequenos até alguns enormes, com lugar para sentar em cima e deitar embaixo; carrinhos de 2 andares (para 2 filhos, claro), carrinhos tão fortes que até a mãe podia sentar um pouco se quisesse… e até canguru foi curiosíssimo ver um onde o pai carregava 1 filho na frente e outro nas costas!

Mas o fato é que o ‘guarda-chuva’, carrinho pequeno, é mesmo primordial: sem ele teríamos sofrido demais nos metrôs. Com este já perdia tempo montando e desmontando de vez em quando.. nem imagino como seria um grande. Nas ruas ele também vai bem e, quando a Isabeli fazia manha prá ficar no carrinho, era só pegar ela e carregar as mochilas no carrinho 😉

Claro: tem lugares com muitas escadarias, onde o carrinho mais atrapalhou do que ajudou; em outros o carrinho simplesmente não pode ser usado… e por pelo menos 2 dias estávamos tão cansados de carregar aquela coisa desengonçada, que deixamos ele em casa.

Também é importante levar capa de chuva – não é cara e só usamos 2 vezes, em Londres… ainda assim, foi bom saber que qualquer eventualidade, ela estava ali.

Roupas

Levamos muuuuita roupa: tinha umas 3 trocas por dia, para 1 semana. A maioria de meia estação, mas algumas para bastante frio – que acabamos usando só umas 2 vezes. O negócio é lavar sempre que possível: em Londres foi lavanderia automática, que é coisa totalmente estranha – o que salvou foi que lembrei deste post salvador

No última dia em Londres lavei tudo o que podia, ficamos 1 semana na França sem lavar e finalmente em Paris tinha máquina de lavar no apartamento (fiz questão de ter uma lá).

Acho que é isto por enquanto: devo colocar sobre onde trocar e se vale levar o carrinho conforme for escrevendo de cada lugar. No próximo: ficha técnica da estadia em Londres.

Ah sim: não fosse a Isabeli, como poderíamos tirar fotos como as 2 últimas?

Acho que vi um gatinho…

Depois de tudo isto, Isabeli pensando em trocar de família… no museu do cinema, Londres

3 Respostas

  1. Gostaria de fazer uma mudança na resposta: quando falei, em Novembro, que não confiava muito no carrinho, é porque havia testado pouco.
    Já estamos em Fevereiro e o carrinho continua inteiro – mesmo com a pequena usando ele praticamente todo dia. É da marca Love (com coração no lugar do “O” – e hoje eu acho que vale a pena, mesmo sendo um pouco bagunçado…

  2. Qual o carrinho guarda chuva de vocês? Se fosse hoje você compraria o mesmo ou já viu algum melhor para viajar? Pretendo comprar um carrinho só para viagens, mas preciso de dicas. Quero um que dê para o bebê dormir, passear, seja confortável e que mesmo assim seja leve e portátil. Existe?

    • Oi, Clara.
      Desde que voltamos de viagem, o carrinho ficou na casa dos avós (que ficam com a pequena durante o dia), então não consegui ver a marca – mas… não foi nenhuma conhecida, não.
      Como a compra foi meio no impulso, não testamos adequadamente o carrinho, que era meio desengonçado para carregar (ficava abrindo de tempos em tempos) e vimos na viagem vários carrinhos melhores.
      Acho que foi ok porque nos serviu para o que precisávamos, mas não sei se eu indicaria para alguém, não – lembrando de ver a marca, eu volto aqui para escrever.
      Por último: compre a capa de chuva. A gente só usou 2 vezes, mas viu que ela pode ser uma salvadora quando necessário.
      Abraço,

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