Rumo a Minas

A Isabeli está em uma fase de querer bagunçar e uma viagem muito longa pode ser complicada. Juntando que o dólar está cada vez mais alto, fazendo qualquer passagem ficar bem cara – mais ainda agora que a Isabeli paga 75% – resolvemos que era hora de ficar por aqui mesmo novamente.

Onde ir

De carro a partir de São Paulo dá para ir para muito lugar, mas desde que comecei a conhecer a parte história de outros países, sinto que do nosso mesmo não conheço nada – então que melhor do que ir para as cidades históricas de Minas Gerais?

Pesquisando vi vários relatos de gente que faz a região toda em 2 ou 3 dias – mas como estou cada vez mais adepto do Slow Travel, gosto de ter mais tempo para explorar as coisas, assim sempre pensei em pelo menos 1 semana para a região – o que me deixa com pelo menos outra semana ‘livre’ para ver mais de Minas.

Minas é um estado bem grande, e além das cidades históricas, há diversas outras regiões – algumas das que pesquisei:

– Dividindo com São Paulo, temos a Serra da Mantiqueira com destaque para Monte Verde, uma cidade deliciosa que fomos pela última vez antes da Isabeli nascer.

– Por algum tempo pensei em ir daqui até Belo Horizonte pelo Circuito das águas, do qual eu tenho boas lembranças com meus pais de um feriado em Lambari, onde comecei a dirigir ‘de verdade’. Parecia uma opção bem interessante, mas achamos melhor para algum feriado futuro.

– O que eu realmente fiquei com muita, muita vontade de conhecer é a Serra da Canastra. A Serra é composta de várias cidades pequenas com muitas cachoeiras, trilhas e vários passeios pela região, como a principal nascente do Rio São Francisco e a Represa de Furnas.

Uma turma muito grande vai para se aventurar e outra para passeios mais família – e unindo todas estas cidades temos o Parque da Serra da canastra. As fotos e as descrições me deixaram com tanta vontade que cheguei a elaborar um roteiro básico (que ainda tinha que ser melhor estruturado, mas…): sairia de São Paulo até Delfinópolis, dali para Capitólio, com uma das partes mais lindas de Furnas. Depois São Roque de Minas que pareceu ter os melhores passeios possíveis de serem feitos de carro (tem muita coisa somente de 4X4 ou trilha) – e finalmente Belo Horizonte.

Porém, tivemos em 2014 a maior seca em décadas, e não afetou só São Paulo. A represa de Furnas diminuiu demais de tamanho. Em Delfinópolis, com uma estrada que precisava pegar balsa, a balsa estava a ponto de parar por falta de água. O comércio começava a ser afetado… é uma pena, mas este pedaço teve que ser adiado para outra época. O bom é que há algumas noticias que a região já está começando a se recuperar.

Assim, pesquisei um pouco mais e ficamos somente pelo circuito histórico, Belo Horizonte e uma pequena pérola chamada Santuário do Caraça

Como ir

A primeira opção era ir de avião e alugar carro por lá – mas um carro com cadeirinha ia ficar uns R$130 por dia no mais barato….deixa para lá.

De carro poderíamos ir até Tiradentes primeiro e acho que seria uma boa ideia, mas houve uma outra opção: eu fui com nosso carro de São Paulo até Belo Horizonte, enquanto a Mima e a Isabeli foram de avião. O custo da passagem aérea: 8.500 milhas na ida e 12.000 na volta para as 2. Algumas milhas estavam para vencer, e assim poupamos a todos (inclusive eu e minha esposa) de ter que ficar com a Isabeli por 8 horas dentro do carro.

Rumo a Minas

Rumo a Minas

E assim começamos nosso périplo de 2 semanas (17 dias) pelas terrinhas mineiras, na viagem mais ‘slow’ que já fizemos.

Belo Horizonte

Belo Horizonte

Santuário do Caraça, desde 1770

Santuário do Caraça, desde 1770

Ouro Preto

Ouro Preto

Tiradentes

Tiradentes

Lanchinho na Pampulha

Lanchinho na Pampulha

Montevideu, geral

Chegando

A chegada a Montevideu é pelo Aeroporto de Carrasco . Nas primeiras viagens, era um lugar bem simples – mas há alguns anos o pessoal fez uma reforma que deixou ele bastante bonito.

Aeroporto de Carrasco

Aeroporto de Carrasco

Assim como em vários lugares, o aeroporto daqui é bem longe, levando uns bons 40 minutos para cima para chegar até o centro histórico. A melhor maneira de sair dali é ter contratado antecipadamente um ‘remise’ para buscar, com uma das diversas agências de turismo de Montevideu, como a Jetmar ou o próprio serviço oficial do aeroporto. Também tem vários táxis saindo de lá. Até a cidade velha fica em pouco mais de R$ 100,00 – então prepare o bolso!

Também dá para ir de ônibus de linha, já que passam por lá.

Dinheiro

A moeda é o peso uruguaio, mas lá aceitam reais e dólares em todo lugar. Inclusive, você pode dar dinheiro em real e pedir troco em pesos (com a cotação não tão boa, mas…). A cotação em Outubro de 2013 era de 1 real = 9 pesos. Para trocar, há muitas casas de câmbio na 18 de Julio – uma a cada duas ou três quadras, mais ou menos

Cartão dá para usar o de crédito em todo lugar, mas não é sempre que aceitam débito – como agora o imposto é o mesmo para os 2, vá no crédito mesmo 😉

Hospedagem

Como sempre fui a trabalho, esta parte acaba ficando pela empresa e por isto não tenho como opinar muito, mas…ali na Ciudad Vieja, quem puder vale muito a pena o tradicional Radisson  (o taxista pode conhecer como Victoria Plaza). O Radisson fica bem em frente a Plaza Independencia e por fora é muito feio – mas por dentro compensa bem.

Hall do Radisson

Hall do Radisson

Tem uma piscina bastante grande e bonita, mas o destaque total é a vista do restaurante, que fica no vigésimo quinto andar. O café da manhã também é ótimo. Além de tudo, tem o Casino no próprio hotel. Meio caro, mas quem puder, vale o investimento.

Vista do restaurante do hotel

Vista do restaurante do hotel

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Mas nos últimos anos tenho ficado do lado, no Holiday Inn. Bom café da manhã, uma piscina mais básica mas aquecida e uma internet bastante decente, incluída na diária. Eu gosto bastante, especialmente pela localização – só não é o 4 estrelas que anunciam. Para outros hotéis no centro e também em Pocitos, vá ao Viaje na Viagem.

Já os mais baratos, só conheci o Che Lagarto, que fica na Plaza Independencia. Fui lá somente ajudar uma colega com as malas – achei tudo muito escuro e bem caído, e ela não gostou muito também não. Mas não é nada que fuja da média dos hostels e albergues que já peguei em outras paradas por ai 😉

Pelo que li, quase todo hostel em MVD fica nuns casarões antigos e por isto podem ser um pouco escuros e com barulho na madeira. Para mais opções, o Mochileiros é a melhor pedida.

Alimentação

Já falei do que comer neste post – agora é o onde. Primeiro tem que ir no Porto – já foi? Então na Peatonal Sarandi há outras opções, todas servindo uma boa carne. Gosto muito do La Corte – é um lugar bem bonito, com boa comida, mas só serve almoço.

Aliás, durante a noite quase tudo é fechado por ali, então no geral acabo no Don Peperone (que na verdade é uma cadeia de restaurantes). Ele vale para almoçar, comer um chivito ou uma pizza de noite. Um pouco mais prá frente no calçadão você encontra outras coisa – mesmo McDonalds ou Burger King.

Outra cadeia bastante forte é o La Pasiva Tem vários, com um subindo a 18 de Julio e outro na própria Sarandí, que também costuma abrir de noite. É  bom e barato – e no caso deles, tem um tal de Chivito Canadiense al plato que dá para 2 ou 3 comerem tranquilamente.

Em todo lugar, do mais simples ao mais chique, uma coisa é infalível: o serviço é demorado. Demora para você conseguir fazer o pedido, receber o prato, pedir a conta…enfim: tudo é demorado e por isto vá com algum tempo nas refeições.

Compras

Para os viciados, a má noticia: o Uruguai regula com o Brasil nos preços. Quem costuma comprar, fala que o preço de coisas de couro são muito mais baratas por lá do que aqui – mas fora isto, aproveite para passear mesmo. Ou vá dar uma volta no Bonito shopping de Punta Carretas.

Shopping Punta Carretas

Shopping Punta Carretas

Balada

Não sou muito de balada, mas depois de tanto tempo indo prá lá a gente acaba conhecendo alguma coisa, especialmente acompanhando a brasileirada.

Balada só começa na quinta-feira. Em todo lugar que se vai, de Domingo até Quarta você pode ser dos únicos presentes no lugar – exceto por alguns outros turistas perdidos. Além disto, o pessoal costuma sair bem tarde. Lá pela meia-noite começam a se arrumar e pelas 2 da matina é que os lugares estão realmente cheios…

Ali no centro tem 2 lugares que vivem cheios: na segunda ou terceira rua perpedincular ao calçadão Sarandi, tem El Pony Pisador, com boa música e um clima bem divertido.

E o mais turístico e muuuito mais famoso, o Bar FunFun. Este é um lugar pequeno e que sempre tem show de tango, além de viver lotado de turistas (brasileiros em particular). Por incrível que pareça, fui ali pela primeira vez agora em 2013 – e gostei bastante, mesmo sendo um tanto apertado demais para a quantidade de pessoas que recebe. Ouvi falar que fecharam para reforma, mas se estiver aberto, vale conhecer. É o numero 1 no Trip Advisor

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Fun Fun

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Para mais opções, de quem conhece do assunto, clique aqui.

Aplicativos

Recomendo muito alguns apps de clientes nossos que podem ser uma mão na roda quando no Uruguai – todos feitos com GeneXus, claro – e todos disponíveis para iOS e Android:

Artur MVD – é um guia turístico de Montevideu, porém com bastante coisa bem interessante, especialmente a tela de Realidade Aumentada. Outra legal é você tirar foto do lugar que está e se for alguma coisa turística, receberá informações sobre o que é.

GxBus – Guia de itinerário de ônibus pela cidade.

Donde está el cajero – Se estiver precisando de dinheiro mas não encontra um caixa eletrônico, este trás uma lista dos caixas mais próximo, também mostrando em mapa

Cartelera – Deu vontade de ir ao cinema? Aqui tem toda a programação das salas da cidade.

GuiderMVD – Guia de serviços da cidade

Terminando

Muita gente diz que Montevideu é uma ‘pequena Buenos Aires’ e realmente as diversas construções históricas trazem semelhanças. Mas a verdade é que a rivalidade Uruguai X Argentina consegue ser ainda mais forte do que a nossa com os argentinos, então é melhor parar com as comparações 😉

Mvd é uma cidade menor, que tem menos apelo turístico, mas tem um grande charme e os uruguais são todos extremamente simpáticos. Vale a pena passar um feriado prolongado que seja na cidade, tirando 1 dia para Punta e outro para Colonia – mas é melhor ainda se tiver mais tempo.

Paris – Geral

É engraçado como em 2007, quando comecei a pensar em Paris, pensava em ficar em um Formule One tão longe do centro que quase ficava em outra cidade. Também ia comprar a carte Orange e ficaria 5 dias em Paris… foi tudo diferente – ainda bem.

Internet

Quem vai para Paris sabe que a primeira parada (obrigatória) é o Conexão Paris Fala mais sobre moda do que eu gostaria, mas quem sou eu para reclamar? É a base de qualquer viagem para Paris 😉 Curiosidade: no momento que acessei o site para pegar o link, o post mais novo é sobre Aluguel de carrinho de bebê!

Foi curioso ver os comentários no Viaje na Viagem e achar pergunta minha feita em 2009… fora algumas pesquisas no mochileiros que fiz há uns 6 anos já..

Com estes 3 sites já dá para fazer a programação completa da viagem

Paris Museum Pass

Não saia de casa sem ele... Ok, pode comprar em Paris mesmo. Basicamente é um cartão de entradas para um monte de lugares, fazendo com que tudo fique mais barato. E mais: Fura fila! Só de não ter que ficar na fila do ingresso em Versailles já valeu a pena. Também no Louvre e no Arco do Triunfo, que estavam enormes. Só não tem como furar a fila de segurança.

Mais ainda: conheci um monte de lugares que eu não iria (por exemplo, o Georges pompidou, porque não gosto de arte moderna ou o adorável Centre des Arts Decoratiffs) – já que estava passando em frente e não ia ter que pagar, porque não aproveitar?. E ainda: se você for em algum lugar e não gostar(caso da Cinemateque) não tem problema: você não pagou nada a mais por isto.

Para comprar: Todos os lugares que aceitam o  Paris Museum Pass também o vendem. Assim, tente ir em algum mais vazio e já aproveite a primeira entrada ali mesmo. No nosso caso, peguei a Concergerie, por ser o mais vazio na região que ia fazer na segunda-feira.

Há passes de 2, 4 e 6 dias. Peguei o de 6 por 69 euros cada – parece caro, mas na ponta do lápis vale muito a pena.

Transporte – bilhetes

Antigamente havia a Carte Orange, que agora se chama Navigo Decouverte. Também há outros passes de transporte e alguns combinando transporte com entradas. Não vou entrar em detalhes porque aqui já tem tudo. Eu no final segui o conselho do Comandante Freire e mandei bala nos carnets de 10 bilhetes (na verdade, 10 bilhetes unitários).

Cada carnet saia 12,7 euros, enquanto 10 unitários ficavam 17. No final, usei 40 bilhetes em 8 dias. Se tivesse comprado 2 Decouverte o valor seria exatamente o mesmo – mas teria que me preocupar com foto, montar a carteirinha e outros detalhes. Assim, mesmo que ficasse uns 5 euros mais barato, acho que não vale a pena a dor de cabeça. Mais ainda: o Decouverte só vale mesmo se chegar lá domingo ou segunda (justamente o nosso caso…)

Transporte – usando

Este era o meu grande medo em Paris com a Isabeli: todo mundo dizia que era muito ruim o transporte com criança, com muita escadaria, estações enoooormes e tudo complicado. Pois o povo tem razão em tudo, mas isto não quer dizer que precisa se assustar.

Realmente são muitas as escadarias nos metrôs – mas um carrinho ‘guarda-chuva’ é só dobrar e subir as escadas. Dá um pouco de trabalho, mas nada demais, a ponto de em momento algum ter usado o ônibus, por exemplo. A viagem acabou sendo exclusivamente de metrô. Se é melhor ou pior que o ônibus eu não sei, mas foi bem tranquilo.

Melhor de tudo: como estávamos bem no centro, por 2 dias sequer precisamos usar transporte público para algum lugar.

De metrô em Paris

De metrô em Paris

Alimentação

A comida francesa tem muitos mariscos e porco, e quem não come estas coisas pode até sofrer um pouco – mas só um pouco, porque o resto é tudo de bom. É o único lugar no mundo em que comi vagem e até abobrinha sem querer cuspir tudo fora (eca).

Mais: há uma variedade de frutas e verduras como não havia visto em nenhum outro país fora o Brasil (ok, talvez os EUA se comparem). Claro que nisso o Brasil é imbatível, e com os preços das frutas lá nem dá para aproveitar muito, mas ao menos tem-se a opção.

Mas o que a gente realmente aproveitou é o fato de não termos o costume de jantar. Assim, boa comida no almoço e a noite um lanche na baguete, ou alguns croissants, ou qualquer lanche comprado em algum mercado. A gente economiza no restaurante, e ainda podia comprar algumas besteiras nas patisseries – que realmente são uma perdição!

Com bebês

Não tinha como ser melhor: nos restaurantes/bistros, acho que fomos até mais bem tratados por causa dela do que seríamos sozinhos. No trem, se não tivesse lugar ao chegar, nem sempre alguém dava um lugar, mas ao menos nunca pegamos o metrô muito lotado.

Nos passeios, com o Museum Pass não tinha fila e mesmo a da segurança, conseguimos furar uma ou outra por causa dela (a do Louvre, a maior, levaria pelo menos 1 hora), e o povo era simplesmente fantástico. Aliás, creio que lá o pessoal era até mais simpático com bebês do que costumam ser por aqui 🙂

O único problema é que pegamos muito sol, e Paris é uma cidade quase sem sombras fora dos parques e jardins. Assim, protetor solar e uma guarda-chuva (com a bandeira da Inglaterra) foram essenciais.

Mamando no metrô

Antes de ir

Por último: antes de ir há pelo menos 3 filmes obrigatórios: O Fabuloso Destino de Amelie Poulain, claro(e já adianto que almoçar no Deux Moulins é tudo de bom). Antes do Pôr-do-sol, a lindíssima continuação do vienense Antes do amanhecer (e que terá sua continuação este ano com Antes da meia-noite, na Grécia) e o delicioso Meia-noite em Paris do Woody Allen, que eu achava apenas bom, mas agora simplesmente adoro.

No restaurante de Amelie Poulain

No restaurante de Amelie Poulain

Alugando apartamento em Paris

Assim como em Nova York, Orlando  e Londres, Paris é daqueles lugares que vale muito ter sua própria casinha – principalmente se for ficar um tempo razoável (no caso, 8 dias) e mais ainda com criança.

Antes de alugar

O pessoal me assustou quando falava no transporte público de Paris, então queria ficar o mais centralizado possível, para evitar um pouco os metrôs.

Também precisava ter uma máquina de lavar, principalmente porque a gente ia chegar depois de 4 dias sem lavar roupa – ok para um adulto, mas para a Isabeli quer dizer ‘sem nada para vestir’. E claro: berço!

Há muitas opções para procurar, como Airbnb, NyHabitat e outros – e comecei pelo Paris Atittude e nem precisei procurar outros 🙂

A busca é bem intuitiva, escolhendo o bairro, quartos, preço, o de sempre.. você escolhe alguns e um atendente entra em contato fazendo a intermediação, verificando disponibilidade, etc. A moça foi muito atenciosa (como o de Londres, aliás) e no final fiquei entre 2: Um com berço mas sem máquina de lavar e outro com a máquina mas sem o berço. Este segundo tinha 2 sofás grandes e era sala e quarto… além de ficar há 2 quadras do Louvre. Ganhou com louvores!

Fechando negócio

Lugar escolhido, me enviaram um monte de contratos em francês e inglês – lê em inglês e torce para o francês ser igual hehe

Tinha que pagar a tarifa da agência por cartão de crédito + 50% para o dono da casa via transferência bancária. Como isto é complicado e caro, entrei em contato direto com o cara e, muito tranquilamente, ele me passou uma conta no paypal. Tudo certo, resolvido e pago.

No dia da chegada tinha que deixar em dinheiro os outros 50% + 500 euros de ‘calção’, que ele reduziu para uns 200 euros no dia que chegamos e, claro, devolveu ao final da estadia.

Caos na chegada

Este é sempre o momento mais complicado, e aqui foi mais ainda. O dono queria combinar numa estação de metrô ao lado, mas eu estava chegando de carro e não tinha muito certa a hora. Assim, marquei na frente do apartamento num horário… porém o trânsito igual ao de Sampa atrasou a gente em quase 1 hora. Claro que ele não estava mais lá.

Pior: a rua era tão pequena que o GPS não conseguia encontrá-la (depois que descobri que era porque a rua de entrada estava em obras)… assim rodei um monte e acabei parando num estacionamento público.

Até conseguir me entender com os vendedores para comprar um cartão de telefone (alguém ainda usa isto?) fora uns 30 minutos mais.. para finalmente conseguir telefonar para ele e… caixa postal.

Corre para um lado, para outro, tenta contato e nada. Quando finalmente consigo, ele fala que tinha voltado para o AP e estava esperando a gente lá – mais, minha esposa já tinha visto ele! A caixa postal era justamente pq ele estava voltando.

Foi um baita susto, chegamos super tarde e estressados e ainda tinha que devolver o carro na locadora. A chegada sem dúvida não foi fácil, mas o Sylvain foi muito gente boa e, apesar do susto dele não estar lá quando chegamos, ele foi super atencioso.

O apartamento

Em poucas palavras: “Se voltar a Paris, vou procurar o mesmo lugar“.

Contras: O banheiro fica de um lado do apartamento e o chuveiro fica do outro – e o banheiro é tão pequeno que eu não recomendo o lugar para claustrofóbicos. A rua tem cara de poucos amigos de noite – ainda que nada tenha acontecido.. aliás, mal vimos gente andando por aquela rua, a qualquer hora do dia que fosse. Tinha máquina de lavar, mas para colocar as roupas, era um varal portátil que estendemos dentro de casa.

Também o elevador é minúsculo – 2 pessoas fica superapertadas – ainda bem que era segundo andar, então a caminhada não era tão grande assim.

Prós: Já falei que ficava há 2 quadras do Louvre? Ok, dá um pouco mais a caminhada, mas fica entre a Pont Neuf e Rue de Rivoli, fomos caminhando até Notre Damme, por exemplo. Para as mulheres: na esquina fica a Zara e do lado tem uma Sephora. Há pelo menos 3 estações de metrô próximas e passam diversas linhas por ali. O endereço é este aqui.

Fachada do prédio

Fachada do prédio

Além da localização, estava ao lado da Rue de Rivoli, mas em silêncio (tem um bar logo embaixo da gente, mas não funcionou nenhum dia… se tivesse funcionado, talvez a review fosse diferente).

Quarto bom, sala até grande e cozinha. 2 sofás, sendo 1 cama – que tinha um colchoado bem fofo, que virou a cama da Isabeli. Armários já cheio de coisas deixadas por quem passou ali antes da gente. Internet bastante boa (mas a tv nao funcionou nenhum dia… não que sentisse falta).

Podia ter um ar condicionado, mas a janela é bem grande e ficaram abertas todas as noites. A cama também era bem pequena, mas ok.

TV e cozinha

TV e cozinha

Sofá básico...e já bangunçado

Sofá básico…e já bangunçado

Enfim: gostei bastante do lugar. O AP de Orlando vai ser imbatível, mas estar em Paris faz toda a diferença 🙂 Só é uma pena que o lugar não está mais disponível para alugar – ao menos não no Paris Attitude – ou indicaria fácil!

Preço disto aí: 114 euros/dia (já contando a taxa do agente). Nem procurei hotel na mesma região, mas duvido que ia ficar sequer próximo… não com a mesma privacidade e conforto.

Indo embora

No dia de ir embora, uma faxineira apareceu para vistoriar o apartamento e devolver o calção. Antes de ir o próprio Paris Attitude enviou um email sobre um serviço de táxi – não deu outra: contratamos com eles e foi tudo perfeito. O cara chegou uns 10 minutos  atrasado, mas ao chegar em Gare du Nord foi com a gente praticamente até a entrada da alfândega, ajudando a levar as malas. Atitude inesperada e muito bemvinda. Talvez ficasse mais barato se tivesse procurado, mas o que vi não era muito mais barato e só se tivesse ido na rua ficar esperando passar algum. Do jeito que ficamos, achei bem mais tranquilo.

Para o futuro, mesmo que não consiga exatamente a mesma casa, com certeza alugar alguma coisa vai ser a primeira opção.

No Loire com Grace Kelly

Estando no vale dos castelos, com uma concentração de grandes e pequenos castelos que só deve ter paralelo na Alemanha, não há como não ficar em um castelo por alguns dias.

O problema é que há muitos castelos que oferecem disponibilidade, dos mais diversos tamanhos e preços, e é bastante difícil escolher qual ficar. Para falar a verdade, este foi o último lugar que reservei de hospedagem, porque pelo valor a ser pago, tem que ser muito bom.  E por sorte, foi ainda melhor do que esperado. Ficamos no Le Chateau du Portail

Chateau du Portail

Chateau du Portail

Chateau du Portail

Quando for para um castelo, não espere aqueles gigantescos que você viu nos desenhos da Disney… este aqui tem somente 5 quartos, o estacionamento fica do lado de fora e é bem longe de qualquer coisa. Enfim, é um castelo ‘intimista’ – mas a média de 9,5 no booking, após 78 avaliações, dá uma ideia da qualidade.

Na verdade, o que faz realmente a diferença é o atendimento. O proprietário é um francês que ganhou dinheiro no ramo de joalheria, mas cansou um pouco da cidade e comprou este chateau há alguns anos. Como vem de uma família grande e viajante, ele mesmo decorou as diversas salas e quartos com coisas que comprou em suas viagens, ou que acabou ganhando de herança.

Estacionamento

Estacionamento

Uma das salas.

Uma das salas.

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Outra das salas

Outra das salas

O cara recebe pessoalmente todos os hóspedes, leva as malas pelas (muitas) escadarias e tem muitas histórias legais para contar.

Sendo sincero: quando cheguei, até estranhei o lugar tão pequeno, mas era tudo tão bonito, tão organizado, tão bem tratado que foi simplesmente perfeito. Tivesse condições, poderia ter ficado ali bem mais tempo. E se tivesse marcado somente 1 noite por ali, teria me arrependido amargamente.

Passeando pelo lugar há muita mobília antiga, um boneco chinês, vários potes de sal de diferentes partes do mundo (compramos um de sal do Chipre, que depois descobri ser considerado ‘sal gourmet’.. faz quase 1 ano e ainda temos uns 3/4 aqui), além de alguns quadros – incluindo 2 desenhos de Picasso e outros de gente menos famosa.

Nós ficamos num quarto construído numa torre do século 14. Dormir em um lugar construído há 600/700 anos… só isto já é motivo suficiente para se hospedar em um lugar deste 🙂

Quartinho do século XIV

Quartinho do século XIV

Vista do quarto

Vista do quarto

Grace Kelly

Como todo hotel, no castelo também há um monte de folhetos falando sobre a região – e num destes folhetos fiquei sabendo que aquele castelo em que ficamos era o “Castelo de verão” de Grace Kelly e Príncipe Rainier. Perguntei para o Claude(o dono) e ele confirmou. Se o castelo estava bom prá gente acostumada com estas coisas, acho que servia prá gente também hehe

Jardins do castelo

Jardins do castelo

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Piscina que a gente nem teve tempo de entrar

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Jantar

O café da manhã ali é muito, muito bom – e incluído na diária. Mas você pode também reservar a janta, por 100 euros o casal – é caro, mas ‘quem está na chuva’ – reservamos e não nos arrependemos.

Os produtos são da própria chácara que o cara possui, inclusive a carne. Uma refeição de 3 pratos + sobremesa que começa com caviar belga sem dúvida não pode dar errado. (aliás: foi somente a segunda vez que comi caviar, e como não havia gostado na primeira, me surpreendi gostando tanto deste).

Eu odeio vagem, e o prato principal foi frango com… vagem(com um nome todo pomposo para isto). Sei que o tempero estava tão bom que praticamente rapei o prato 🙂 Algo a base de champignon que estava ali ajudou também. Sem dúvida, a melhor refeição da viagem toda – pena que as fotos tiradas ficaram todas tremidas..

Prontos para jantar

Prontos para jantar

Com bebês

Tivemos um bercinho no quarto para a Isabeli. Para banho havia uma banheira enorme prá gente… e ela ainda conheceu seu primeiro cachorrinho por lá. Achei curioso que um dia fiquei mais de hora conversando com o Claude e ela ficou quietinha no colo, só ouvindo a gente falar 🙂

A única desvantagem

Ok, tudo perfeito.. nada de errado? O chateau fica há uns 30 minutos de Chenonceau ou Chambord, mas ele é um tanto afastado de tudo. Assim, para sair de noite por exemplo, pode ser um pouco complicado(mais um motivo para jantar ao menos 1 noite por ali mesmo).

Além disto, sem carro acho que fica bem difícil, mas no dia que estávamos saindo, o pessoal estava indo buscar na estação de trem um casal que ia ficar ali e não tinha carro, então para tudo se dá um jeito 🙂

Preço

E quanto ficou cada noite em uma torre de 600 anos em um castelo no Loire? 189 euros/dia, o que deu pouco mais de 400 reais a diária. Pode parecer caro, mas… qualquer hotel mais ou menos em São Paulo ou no Rio de janeiro cobra mais do que isto (o Hilton passa dos 800)!  Assim, para completar foi um excelente cust0-benefício.

Há muitos castelos por ali, mas se algum dia voltar para a região, este será sem dúvida a primeira opção. O site oficial é este e estes dias recebi um email com fotos dele totalmente coberto de neve – lindo demais também.

A janela do nosso quarto...torre protegida pelas plantas.

A janela do nosso quarto…torre protegida pelas plantas.