Budapeste – geral

Um pouco mais cara que a Polônia, mas menos que o restante dos países da Europa (ou mesmo da região), Budapeste tem um excelente custo-benefício. Na época, cada Euro dava uns 250 forints – o que ficava mais ou menos R$1=HUF10, para facilitar a conversão

Hospedagem

Há muitos hostels com ótimo preço por aqui, assim escolhi algum mais ou menos próximo do Parlamento e com transporte público tranquilo. Fiquei no 2nd night privates por 3000 HUF/noite em quarto para 8 pessoas, com café da manhã melhor que a média, e computadores para internet (não gosto de usar meu notebook quando estou em quarto compartilhado). Tirando a falta de ar-condicionado num calor gigantesco, gostei bastante do hostel. Atmosfera muito legal, a localização estava boa mesmo, ótimo atendimento. Recomendo.

Transporte

Primeiramente, para o dia da chegada foi muito bom ter dinheiro húngaro em mãos, pois não tive que ficar procurando caixa eletrônico 22h00 de sábado e as máquinas de passe a cartão não funcionavam mais – na verdade, nem passe consegui comprar e tive que comprar 1 ticket único na bilheteria, após mostrar num papel qual a estação que tinha que chegar.

A verdade é que transporte é um negócio bem complicado por ali… você tem passes para andar até 5 estações de metrô, outro para andar mais estações, outro para poder baldiação, mais um outro par fazer mais de 1 baldiação – enfim, é uma doidera. Em todo lugar li que valia a pena pegar um passe e não me arrependi. Passe de 72 horas, mesmo não ficando todo este tempo por lá, foi ótimo. Vale para qualquer os trams(os bondes) e metrô.

Agora, CUIDADO!! Para entrar no primeiro trem (seja de passe ou de ticket) precisa validar o passe antes de descer ao metrô (ou dentro dos bondes, se for o caso). E valide mesmo (no caso de tickets longos, só na primeira vez que entrar em algum lugar)! Em todos os países  funcionou esquema parecido para transporte: não há catracas e vc paga se quiser, mas se fiscal te pegar, complica – mas em nenhum lugar vi tantos fiscais quanto em Budapeste, principalmente nos metrôs onde praticamente toda saída tinha algum fiscal (mas não na entrada). Engraçado que o passe o pessoal olhava desconfiado para meu passe de 72 horas, mas não teve problemas, não.

Há também passe de turismo, que vale pelos mesmos 3 dias e tem um monte de desconto – mas a menos que você vá em muitos museus, este aí não vale, não…

Bonde

Alimentação

Como já disse, a Páprika vai em tudo e é um tempero bem decente. Goulash é o prato principal a ser experimentado – sempre que vejo Goulash, penso em sopa – mas não é isso não – é uma carne(ou frango) cozida com molho, e é bem bom. Também gostei muito da Palincsinta – um crepe com geléia ou queijo que serve uma boa sobremesa e me rendeu uma história engraçada… num restaurante em vaci utca, esta sobremesa veio flambada – só que o fogo demorou tanto e estava com vontade de comer logo aquele negócio, que comecei a apagar – coisa sem noção isso hehee

Prato pequeno de goulash

Paprikas csirke (frango) com Galuska

A Palacsinta que quase provocou um incendio

Há também diversos cafés que valem a passada – onde o mais famoso é o Gerbeaud (que quando fui naquele calorzão estava lotado… do lado de fora).Na média, gastei uns HUF 2500 por refeição.

Seguindo Viagem

Daqui para Viena a maneira mais legal é de barco, no verão. São 3h30 de uma viagem que deve ser um espetaculo.

Mas se o hydrofoil é o meio mais interessante, o mais usado é sem dúvida o trem que leva três horas e precisa comprar a passagem diretamente lá. Entre estas opções, fiquei com o ônibus mais uma vez – levava o mesmo tempo e mais barato. Paguei 2900 HUF para sair 15:30 e chegar 18:30 em Viena. Desta vez dei sorte e cheguei na hora e o ônibus estava vazio, então qualquer lugar foi bom em uma viagem bem confortável.

Mais fotos de Budapeste  aqui

Peste, parte 2

TERROR HÁZA

Há diversos museus em Budapeste, mas este aqui me parece o mais interessante – e triste ao mesmo tempo.  Perto da estação Oktogon, bem na Andrássi út (uma das principais, senão a principal, avenida da cidade) fica uma casa que foi sede do nazismo na região. Ao fim da guerra, o mesmo prédio passou a ser a sede da inteligência comunista, sendo usado para torturas e assassinato em ambos os períodos. Não à toa recebeu o nome de “Museu do Terror”.

Sim, é triste, mas os 3 andares valem muito a visita – e é uma pena que não pode tirar fotos, exceto na recepção. Mesmo se for um pouco sensível, não perca para rever um pouco de história.

Museu do Terror

 

Museu do terror

Museu do terror

 

CENTRAL MARKET HALL

Tinha planejado para este dia passear pela Andrássi Utca, mas como já tinha passado no city park no dia anterior, segui para este grande mercado que vale a visita – ali há diversos souvenires, mas também doces (lógico que experimentei alguns) e muita coisa para se saborear com os olhos – trouxe um pacotinho de páprika prá casa. E nem se preocupe com a língua.. .ali sempre tem gente falando um pouco de inglês. A vista do segundo piso é a melhor.

Central Market

OUTROS

Pela tarde tinha que seguir viagem, mas a cidade bem merecia o restante do dia ou até mesmo o dia seguinte inteiro. O lugar que fiquei mais triste de não conhecer foi o interior do Parlamento, mas ali se tivesse chego mais cedo, teria conhecido.

Do restante, há o Museum of Fine Arts que fica no City Park, e li que sua coleção permanente é gratuita. Também a Margaret Island é um lugar ótimo para passar várias horas, e ficava próximo ao hostel – porém a ponte que tem a estação está em reforma e a entrada lá estava um pouco complicada, então preferi não ir.

Outra que deve ser sensacional é um passeio de navio no Danúbio. Como estava sozinho, não quis fazer este, mas há alguns no estilo ‘hop on, hop off’ que me parece perfeito para quem não vai em casal. Mas… com tanta coisa feita, não deu tempo.

Para terminar, há o Memento Park, um parque mais distante um pouco da cidade, com as gigantes estátuas dos líderes comunistas e que me pareceu bastante interessante.

Capoeira em Budapeste

PARLAMENTO

De manhã fiquei um tempão no hostel batendo papo e, pricipalmente, invejando a galera. Pelo menos 1 casal e outra moça estava em Budapeste para passar o fim de semana, com aquelas passagens de 1 euro! O casal vinha da Eslováquia e a moça de Londres. Se inveja matasse….

Por causa disto, cheguei ao Parlamento pouco depois das 10 e já não havia ingresso para aquele dia(em nenhum idioma)- e não estaria aberto no dia seguinte! Buaaaa já era o parlamento. Assim, por experiência própria: chegue cedo ou compre no dia anterior. Bom, sem poder entrar, ao menos dei uma volta completa pelo lado externo, e aquilo lá é impressionante. No pedaço do Danubio, vi um pessoal andando perto do rio e claro, fui prá lá dar umas voltas… com mais uma vista linda, desta vez do lado de Buda. Para sair do Parlamento, peguei o bonde que passava ali perto e que, sozinho, já vale o passeio. Fui nele margeando o Danúbio até praticamente o final. Vale bastante o passeio, até porque você não vai normalmente práqueles lados.

Buda vista do Parlamento

Buda vista do Parlamento

Parlamento

Parlamento

DONAHY SYNAGOGUE

Para voltar, desci onde vi um metrô e segui até a estação Astoria, que fica perto desta que é a segunda maior sinagoga do mundo, construida em 1859. Por incrível que pareça, nunca tinha entrado em uma sinagoga… ali você só entra com o tour guiado (e  mesmo que fosse sem o tour, acho que vale pagar por ele) . Importante: homens usam aquele chapeuzinho na cabeça mulheres não entram com os braços descobertos – vi barrarem 2.

A Sinagoga é impressionante. Linda, linda e cabem 3 mil pessoas ali dentro e ficar ouvindo o guia é muito interessante. O melhor momento foi quando alguém perguntou para o guia: “De onde você é?” Resposta: “Transilvânia” deixou um espaço e completou “ali na Romênia”. Neste espaço, todo mundo imaginando o cara se transformar em drácula 😀    Continuando, como comentei na parte de Auschwitz, parte da história é sobre os comunistas e como, para manter um ar de liberalidade, eles deixavam as igrejas abertas para quem quisesse frequentar – mas quem frequentasse era preso. Também aqui temos diversas histórias de tortura e horror que o país enfrentou nos dominios nazista e comunista.

A grande Sinagoga

A grande Sinagoga

Do lado de fora, o tour continua por jardins onde eram enterrados os mortos do gueto e no fundo uma belíssima homenagem aos mortos na guerra, particularmente uma árvore com folhas de ferro contendo o nome de 75 mil destes mortos. Além disto tudo, o ingresso também inclui um museu – este é interessante, mas não indispensável.

Homenagem aos judeus mortos na Guerra

Homenagem aos judeus mortos na Guerra

St Istvan Cathedral

Até dá prá ir a pé, mas fui de metrô mesmo até esta bela basílica que foi concluida somente em 1906.  Além de toda a beleza que estas igrejas sempre tem (como disse uma amiga minha: Igrejas são museus gratuitos), ela ainda tem uma curiosidade: nos fundos, do lado esquerdo de quem entra, existe um mausoléu onde estão os restos mortais da mão de St Stephan, que morreu em 1038. Não sei se é isso mesmo, mas… tem ali toda a história da busca pela tal da mão.

 OPERA

Da igreja, não estamos longe da ópera de Budapeste. Tinha tentado comprar alguma entrada, mas não há apresentações em Julho e Agosto, então só tour mesmo. E aquilo é lindo!! Dá pena não poder assistir algo ali. O tour dura mais ou menos 1 hora, onde vemos o palco por baixo e também dos lugares vips, além de várias salas e outras histórias. Ao final, pode-se ouvir uma mini-ária, que achei beeeem brega hehehe  O detalhe: tinha visto vários brasileiros já, mas naquele tour devia ter uns 10.. impressionante!

Hungarian State Opera

Hungarian State Opera

 SZÉCHENYI BATHS

Mais um dia acabando, mais um spa para aproveitar 🙂 Este aqui fica perto do City Park, e tem estação do metrô bem na frente. É um dos maiores complexos da Europa  e funciona parecido com o Géllert. Pega a ficha para um armário e se quiser aluga toalha (aqui mais parece um pano…) Aqui tem muito mais piscinas – as internas são as mais aquecidas, com algumas parecendo ofurô, outras normais só para relaxar e até uma com corrente. Era engraçado ver o povo ficar dando volta ao redor da piscina, sem entender o porque, até eu entrar e ver que a corrente ali é bem forte, a ponto de realmente não ter como ficar parado, só tendo que cuidar para não ficar se batendo.

Além das internas, as externas também são demais. Todas aquecidas, a maior delas de tempos em tempos tem bolhas saindo de baixo em alguns lugares para massagem, e lá no fundo tem a mais aquecida de todas, simplesmente deliciosa (apesar do sol forte que faz do lado de fora também). Engraçado foi sair dela e entrar na do lado, que tem lugar para natação. Ali marca 26 graus na entrada e eu pensando: beleza, outra aquecida. O problema é que estava em uma com mais de 40… assim o frio na hora de entrar quase mata de susto hehehe

Mais uma vez, depois de ver tudo, voltar para tirar fotos, porque aquele ali é lindo. Na comparação, gostei mais deste aqui que do mais famoso Géllert

Piscinas externas

Piscinas externas

Peste7 

CAPOEIRA EM HOSOK TERE

Depois de umas 2 horas só relaxando, uma volta no city park e segui para a Praça dos Heróis, com suas impressionantes estátuas dos fundadores do país. Engraçado foi chegar lá e ter uma rodinha de gente de branco, mas só acreditei no que via quando começaram a jogar. Sim, era um grupo brasileiro de capoeira em plena capital húngara! Claro que rápido juntou gente prá ver…

Capoeira em Budapeste

Capoeira em Budapeste

Depois de mais algum tempo, com a praça ficando cada vez mais linda conforme a noite avançava, e a vista impressionante do monumento, hora de comer em algum kebab e encerrar o dia.

Praça dos heróis

Praça dos heróis

Buda

Ja cedo comprei o passe de 72 horas de transporte e fui para o lado de Buda – depois de me perder por um tempão e andar a pé margeando o rio até cansar, lembrei que com o passe eu podia muito bem pegar os bondes(tram) para 1 única parada, e comecei a parar de andar a pé sem precisar.

CASTLE DISTRICT

Finalmente cheguei ao pé de Buda Hill e subi pelo funicular (1400 ft*) para o  chamado Buda Castle – onde tem de tudo, mas não um castelo. O nome vem de um antigo castelo construido em 1380 e já teve sua história de destruição e reconstrução, a última sendo pelos nazistas (como sempre). Saindo do funicular à esquerda de quem sobe, temos o Royal Castle, que possui alguns museus, como o Budapest History Museum Neste dia estava mais para contemplação, então só dei uma volta na região, com belíssimas vistas do Danúbio. Ali também você pode comprar uma fichinha para treinar tiro ao alvo, com arco e flecha medievais 🙂

Royal Palace

Royal Palace

Do outro lado é onde ficam as principais pontos. A Mathyas Church, é uma igreja do Seculo 13, e mesmo estando em restauração, é bastante bonita – e cobra para entrar (mas é só um pouco – 750 ft).  Mas o principal é o Fisherman´s Bastion, que fica atrás da igreja e tem uma visão expetacular de Peste. Vale passear de um lado a outro vendo toda a região. Em um dos lugares altos tem um café – não precisa comer nada ali não, atravesse o corredor feito das cadeiras e lá no fundo tenha a melhor visão do impressionante Parlamento Húngaro. Realmente linda a vista de todo lugar ali no fisherman´s – a única tristeza foi constatar que o Danubio não era lá azul como esperava… Para comer por ali, aproveite um dos diversos restaurantes no caminho entre o lado direito e o esquerdo – ou saia da área do castelo e aproveite Buda.

Fisherman´s Bastion

Fisherman´s Bastion

Parlamento

Parlamento

GÉLLERT BATHS

Depois de um bom tempo aproveitando as vistas e o calor, tram até  Géllert Baths, o mais famoso dos banhos termais de Budapeste. Alguns acham que esta meio caído, mas eu gostei bastante. O sistema é meio confuso – vc pega lá uma pulseira para deixar as coisas num armário ou ter uma cabine só para você (3900 Ft). Também consegue alugar toalhas (600 Ft) sem problemas (e até roupa de banho se for o caso). A famosa piscina com as colunas gregas fica logo perto da entrada, e realmente é muito bonita. Saindo pelo fundo chega-se em outras piscinas, estas bem aquecidas e menos cheias. Depois de uns 15 minutos em uma delas eu me peguei cochilando dentro dágua – muito relaxante mesmo!

A piscina mais famosa

A piscina mais famosa

Do lado de fora tem um solarium, com uma piscina grande e com ondas até fortes. Esta não é aquecida, mas fica bem divertida e vale a passada num momento que as ondas estiverem funcionando. Subindo umas escadarias, há mais uma piscina aquecida ao ar livre, que estava super lotada. Fiquei quase 2 horas aproveitando as piscinas ao máximo, e antes de ir embora peguei a câmera para percorrer tudo de novo e tirar fotos. É caro, mas a foi bom demais! Depois de vários dias andando até fazer bolha, não tem melhor do que relaxar em água por algum tempo.

O solarium externo

O solarium externo

CITADELLA

Não muito longe pega-se ônibus que chega até um ponto da Géllert Hill, e dali pode-se subir a pé passando por uns jardins muito bonitos até a Citadella. É uma fortaleza construida pelos Habsburgo em 1848 e é um dos melhores lugares para terminar o dia em Buda – vista linda do Danúbio (foi aqui que tirei a única foto onde o Danúbio aparece azul), onde aproveitei o começo do pôr-do-sol; só não esperei até o fim porque ia ser mais de 22h00 quando anoitecesse… Antes de voltar, um lanchinho num kebab, que é sempre muito bom!

A citadela

A citadela

O Danúbio

O Danúbio

* ft = Forint, moeda húngara. Em alguns lugares encontrei como HUF. Mais ou menos calculava R$1,00 = 100 ft

Budapeste

Das 3 cidades clássicas deste roteiro (Budapeste, Viena e Praga), a capital húngara é o ‘patinho feio’, a mais exótica e com um idioma inintendível (existe esta palavra?) a que só se vai porque ‘está ali pertinho mesmo’.  Ao menos, é assim que muita gente vê o lugar – mas não é bem assim, não…

Budapeste pode ser a cidade com menos atrativos entre as três citadas, mas é uma cidade encantadora – desde a língua realmente sem noção e fascinante(onde já se viu palavra com um monte de acentos?), passando pelo cheiro característico dos temperos da comida (a páprica esta em todo lugar), e toda a beleza da cidade, que andou fazendo inúmeras reformas nos últimos anos e agora esta brilhando, quase nova – mas mantendo uma história centenária. E tudo isto cortado pelo Danúbio – que aqui foi o único ponto em que consegui vê-lo azul.

A melhor definição de Budapeste é um post que o Ricardo Freire escreveu: “Budapeste é uma cidade que você acha num brechó. Você vai lá no brechó de cidades, cata, revira, fuça, e de repente, olha que maravilha: você encontra Budapeste. Daí você pega Budapeste, mostra para as suas amigas, e ninguém acredita como você pagou tão baratinho por uma cidade tão esplendorosa” .  Tudo bem que a cidade mudou muito desde 98, hoje mais arrumada e preparada para o turismo, mas a ideia é a mesma. É uma cidade que a primeira vista não parece tanto, mas depois de um tempo ela encanta.

Budapeste, como aprendemos ao pesquisar para a viagem,  é a junção das antigas cidades de Buda e Peste (e mais Óbuda) – assim dividi meu roteiro com 1 dia para Buda e 1 e meio para Peste. Creio que a divisão ficou boa, mas quem puder ficar mais 1 dia na cidade poderá curtir mais. Detalhes sobre cada região nos próximos posts.

Budapeste

Budapeste