Mont Saint Michel – Problemas no paraíso

Como já disse há  algum tempo, nem tudo foi perfeito nesta parada…sendo que quase toda a culpa foi do hotel onde ficamos – assim, vamos lá:

Importante para a chegada

Há varios hotéis na região, mas quem não ficar dentro do Monte, o melhor é ficar em um dos hotéis dentro do conjunto do Saint michel, perto da estradinha. Porém, tem uma informação muito importante, que ou eu não havia lido, ou não me lembrava: para entrar na área destes hotéis, é necessário digitar um código, ou não conseguimos passar com o carro. Este código deve ser enviado para você antes de chegar lá. E aqui começaram nossos problemas:

Escolhi o Formule Verte. Nós reservamos uns 3 meses antes da viagem, porém ninguém avisou deste código. Assim cheguei lá e não sabia o que fazer… após umas 2 ou 3 voltas na região, parei em uma banquinha de frutas e o cara falou que quem se hospeda ali precisa deste código e que o pessoal do hotel precisava me passar o código – e só eles tinham autorização para isto.

Assim que eu precisava dar um jeito de encontrar um telefone para falar com o hotel: chegamos umas 19 horas – já passavam das 20 quando entrei no estacionamento de fora da área dos hotéis e fui para o centro de informações, que já estava fechado e nem telefone público havia. Assim, fui andando meio sem rumo até que achei umas ruas onde ficavam os hotéis (e foi por acaso mesmo, já que andei sem saber para onde).

Finalmente cheguei na recepção e perguntei: “Que raio de código é este?” “Ah.. te enviamos há 24 horas”. “Moça… foram 3 meses de reserva, não podia ter pelo menos avisado que iam enviar um email com um código?” Não vi email nas ultimas 24 horas. Mas este foi só o começo.

Do hotel até o carro foram uns 30 minutos de caminhada. Paguei 3 euros de estacionamento e finalmente, mais de 2 horas depois que havíamos chegado ali, consegui entrar com o carro na área dos hotéis. Peguei a esposa, a filha, as malas e… a porta do hotel estava trancada!

Só havia um papel na porta avisando que tinha que ir para outro hotel buscar a chave. Claro que lá a fila estava enorme e demorou um tempão para pegar a chave. A Irresponsável da recepcionista neste novo hotel era a mesma que havia me passado o código – ela não podia ter esperado um pouco, sabendo que eu estava para voltar? Ou então que tivesse entregue a chave para mim.

Graças a este tempo todo perdido, ao invés de ir para o monte em um horário decente ver a maré subir, fomos para lá tardíssimo e como já disse em outro post, tivemos que voltar rapidamente. Além disto, não tínhamos almoçado na estrada e ficamo também sem janta, pois os restaurantes estavam fechados na região – os abertos eram meio carinhos para nosso gosto.

Para completar: o quarto tinha um cheiro de cigarro fortíssimo. Quando fiz a reserva solicitei um berço, e já avisei que era não-fumantes – pelo menos o berço estava lá, mas não podia ter um quarto sem aquele cheiro horrível? E nem tinha ninguém para reclamar, afinal a recepção estava fechada.

No booking a nota deles é 8.0, mas depois de mim já mais 2 ou 3 pessoas reclamaram que eles não enviam este código nem avisam nada – assim, pelo menos não sou mais o único reclamando. E claro: sabendo antes que precisa deste código, a gente já fica esperto, mas pela falta de atendimento decente, não recomento este de jeito nenhum, mesmo tendo um preço razoável (81 euros a diária)

Comendo

Para café da manhã, há um mercadinho e do lado dele, um lugar que vende salada de frutas e pães – vale muito a pena. O croissant de lá é um dos melhores que comi em toda a França, além de uma baguete e pain au chocolat deliciosos. O Café bem caprichado para 2 pessoas ficou em 22 euros – isto porque comemos também iogurte e salada de frutas.

Em compensação no almoço… pior que não marquei o nome do lugar, só que é perto o Hotel Formule Verte. Pegamos um executivo de ‘espetinho de cordeiro’ com fritas – e foi chegando gente e sendo servida, sendo servida e a gente nada.. o cara simplesmente nos esqueceu. Resultado: quase 1 hora para conseguirmos ser servidos. Pelo menos o espetinho estava bom.

Na hora de pedir a conta, outra demora gigante… como já estava cansado, foi o único da viagem em que não deixei gorjeta nenhuma. Depois de ler tanta gente reclamando dos garçons na França, achava que isto seria comum, mas por sorte foi um dos poucos restaurantes em que tivemos problema – no geral, foram sempre muito corteses e prestativos.

Conclusão

Se o pessoal do hotel tivesse avisado do código, teríamos chegado cedo e seguido até o monte ainda com a maré baixa, mas somando a demora na instalação da cadeirinha lá no carro alugado com o péssimo problema de atendimento do hotel, podemos dizer que tivemos um péssimo dia. No dia seguinte, ainda tivemos o problema no almoço

E mesmo assim, a única coisa que a gente pensava quando foi embora era: Isto aqui é demais, precisamos voltar algum dia. Foram os 2 dias mais complicados viagem(senão “O” pior), mas ao mesmo tempo foi dos melhores. E com certeza, algum dia a gente volta.

Para a Isabeli estava tudo ótimo :)

Para a Isabeli estava tudo ótimo 🙂

Mont Saint Michel, durante o dia

No dia seguinte, acordamos cedo, guardamos as coisas no carro, tomamos café ali perto e pegamos o ônibus para o monte.

Chegando cedinho no monte...

Chegando cedinho no monte…

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Primeiro que no caminho estava começando a subir a maré, então tinha que começar a tirar fotos. Ali a dúvida era: subir e perder a subida da maré ou ficar por aqui? Resolvemos subir…

Uma vila medieval

Desde a entrada, as ruas cheias de paralelepípedos, as muralhas… tudo enfim mostra que estamos em uma cidade medieval. A última vez que me senti deste jeito foi em Cesky Krumlov, na Republica Tcheca.

Andar por aquelas ruazinhas e passear nas lojinhas é simplesmente delicioso. E a Isabeli também adorou, pois as batidas no chão parece que davam um soninho…

Entrando na cidade medieval

Entrando na cidade medieval

Isso sim é aproveitar o lugar..

Isso sim é aproveitar o lugar..

Ruazinhas estreitas cheias de comércio.

Ruazinhas estreitas cheias de comércio.

As escadarias

Não tragam carrinho! Este foi o único erro ali dentro: tem muita escadaria, e são escadas íngremes… assim, se por um pedaço nos paralelepípedos parece que vale, quando começa a subir as escadas é só arrependimento hehe. Este é o típico lugar que o canguru é a solução.

Mas fora isto, vá subindo as escadas até encontrar alguns lugares com visões estratégicas da região. Foi só ali que percebemos o quanto a maré havia subido.

Aproveite e passeie bastante, porque ali a cada curva é uma casa diferente, um lugar diferente para simplesmente parar e ficar admirando.

Pequenas escadarias

Pequenas escadarias

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Vista de dentro do monte

Vista de dentro do monte

Comendo

Ali dentro existe um dos omeletes mais famosos do mundo, no “La Mere Poulard” Fala-se tanto que cheguei a pensar em experimentar, mas é caríssimo e muita gente fala que é bem sem-graça, assim que não quis arriscar. O que fizemos, foi comprar uns cookies Mere Poulard no mercado na vila – deliciosos e a caixa metálica em que eles vem ficou com um ótimo souvenir de viagem.

Na hora de ir embora, outro grande motivo para ficar pelo menos 1 noite por lá: a gente já estava a bastante tempo por ali, mas olha a muvuca do povo chegando.

Olha a muvuca chegando...

Olha a muvuca chegando…

A represa

Um lugar interessante para se ver a maré é a represa que fica ao lado da estradinha, lá no começo. O Monte fica meio longe, mas ali dá para ver bem como a água está alta e como ela baixava em velocidade. Claro: o ideal era ficar ali as 2 horas, para ver tudo, mas a gente tinha estrada para pegar mais tarde e não daria para ficar tanto tempo por ali – por isto que hoje penso que mais 1 noite ali seria muito bom.

Com bebês

Carrinho: já falei para não trazer! Foi ali que vi meu primeiro carrinho infantil de 2 andares, mas a verdade é que naquelas escadarias é muito complicado. Mas isto vale para quem for de ônibus – quem quiser ir caminhando pela estradinha, aí o carrinho se torna extremamente útil.

Trocando: Não encontramos banheiro especial nem nada, mas isto gerou uma das melhores lembranças da viagem: pegamos um daqueles postos de observação da idade média, encravado nos muros, e trocamos ali mesmo. Nada como trocar de fralda em um lugar com séculos de existência. Encantador.

Belo lugar para uma troca

Belo lugar para uma troca

O que faria diferente

Quando fomos, subimos para conhecer por dentro do Monte, ao menos um pedaço – e isto foi muito legal. Porém, o que faria diferente  é simplesmente me instalar em algum hotel ou restaurante com boa visão – ou mesmo do lado de fora do monte – e ficaria ali por 2 horas, simplesmente esperando a maré subir, olhando a água chegar, e mais nada. Só depois disto é que me preocuparia em conhecer as outras partes do lugar.

O que faltou visitar

O principal lugar para se visitar é a Abadia de Saint Michel mas acabou que resolvemos não conhecê-la. Além da Abadia, há alguns museus e outros lugares de interesse mas para a gente, só andar por ali já foi o suficiente. Para quem quiser, há tours organizados e mesmo passeios noturnos pelo lugar.

Também há passeios a pé para se fazer: Durante a maré seca, dá para fazer andar desde umas poucas horas até passeios mais longos pela região – ou mesmo dar a volta completa no monte pela areia. O importante é fazer com guia, pois ser pego de surpresa pela subida da maré pode ser extremamente perigoso. Precisa pesquisar, mas deve ser uma experiência sensacional.

E é isto: ainda tem mais um post sobre Saint Michel, para falar qual o hotel e o restaurante dos quais você deve fugir quando estiver por ali 😉

Mont Saint Michel, parte 1

Finalmente! Depois de algumas horas na estrada, chegamos ao Mont Saint-Michel, e logo de cara tivemos uma série incrível de problemas que nos fizeram ficar por mais de 2 horas rodando de um lado para outro, tudo graças ao hotel – mas isto vai ficar para outro post, porque primeiro quero falar do lugar, que é simplesmente deslumbrante.

As marés do Monte Saint-Michel.

Eu já tinha ouvido falar, mas estudar faz parte da viagem, e só estudando sobre o Mont consegui entender mais do fascínio dele. Rapidamente: O monte é uma pequena ilha ligada ao continente por uma estreitíssima faixa de terra (faixa criada por homens, não pela natureza). No monte tem-se uma das mais rápidas mudanças de marés do mundo – se não a maior. São 14 metros de diferença entre a maré baixa e a maré alta, numa mudança que ocorre em mais ou menos 2 horas.

O que isto quer dizer: se você chegar ao Monte no início da subida da maré e olhar ao redor, estará tudo seco, somente com um pouco de água em alguns lugares ou próximo a represa que esta sendo feita. De repente, você começa a perceber que rapidamente a faixa seca vai diminuindo, até que em pouco tempo o monte vira praticamente uma ilha. E em questão de 2 horas, tudo o que estava totalmente seco, já está não só molhado, como com boa profundidade. Até chegar ao pico, quando volta a diminuir e dali a pouco não tem mais tanta água novamente. Mas mais do que falar, melhor ver. Não tenho várias fotos tiradas do mesmo lugar, mas tentei montar algo para dar uma ideia.

A maré esta começando a subir - 9h50

A maré esta começando a subir – 9h50

O entorno do Mont

O entorno do Mont

A força da água, 9h55

A força da água, 9h55

Cadê a parte seca daqui? 10h40

Cadê a parte seca daqui? 10h40

Já do lado de fora, não há espaço seco em lugar algum - 11h15

Já do lado de fora, não há espaço seco em lugar algum – 11h15

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Vendo de longe, da represa, a maré começa a baixar – 11h55
2 horas depois, a maré já se foi - 13h30.

2 horas depois, a maré já se foi – 13h30.

Por causa desta maré tão forte, o Monte logo se tornou importante estrategicamente, tendo utilidade desde o século 6, com um mosteiro construído no século 8 e até hoje a Abadia é um dos principais pontos de visitação da ilha.

Quando fomos havia muitos tratores, pois estão terminando uma represa e também melhorando a estrada até o monte. Por isto, também há algumas barragens no caminho – mas por mais que eles estraguem um pouco a paisagem, ainda se aproveita muito o lugar.

Quando ir

Muita gente faz passeios bate-e-volta a partir de Paris. O problema é que Paris fica quase 4 horas de distância..sai de madrugada, curte durante o dia e vai embora ainda com o sol alto. Parece cansativo demais, corrido demais… e o Monte é algo totalmente diferente a noite. Assim, o melhor é tentar dormir ali pelo menos 1 noite – hoje eu pensaria até em 2.

Tábua das marés

Aqui planejamento é fundamental. Como a maré varia com a lua, e como a subida dela é o melhor momento no lugar, é necessário observar a tábua das marés para ir quando efetivamente estiver ocorrendo a subida das marés (não é sempre que se vê o fenômeno com intensidade). No site tem informação de praticamente 1 ano, então é fácil se programar. O que fizemos foi pegar um dia que desse para ver a maré de noite e também de dia, antes de sairmos.

Mais: no site explica bem – aquele é o horário do pico da maré. O melhor é tentar ver umas 2 horas antes, para ver o percurso todo da subida – infelizmente isto não conseguimos fazer, mas sempre haverá novas oportunidades 😉

Chegando no monte

Para chegar até o monte, há uma boa caminhada por uma estradinha de uns 2 kms. Esta estradinha também é servida por ônibus que ficam indo e voltando o tempo inteiro, inclusive até bem tarde da noite. Estes ônibus tem ponto bem definido de parada em ambos os lados e tem entrada rebaixada, para quem estiver de carrinho.

Muita gente vai andando pela estrada, mas nós usamos os ônibus tanto de noite quanto na manhã do dia seguinte. Até porque foram sempre gratuitos.

Mont Saint-Michel noturno

Minha ideia era chegar com o sol alto, ver o pôr-do-sol e seguir para o Monte, já que o pico da maré era lá pelas 23h00 – na hora a gente chegou, mas só consegui ver algo quase 21h00, o que atrapalhou muito os planos. Só depois disso fomos nos acomodar no hotel, e bem a noitão resolvemos sair, com a Isabeli dormindo e tudo. No final, este foi 1 dos únicos dias que a Isabeli foi pra cama bem mais tarde .

Chegando ao Mont Saint-Michel

Chegando ao Mont Saint-Michel

Isabeli bem agasalhada para um passeio...

Isabeli bem agasalhada para um passeio…

Foi meio complicado achar o ponto do ônibus naquele escuro, mas lá fomos nós. O que a gente não esperava era taaanto vento. Assim, apesar da vontade de ir até o Monte, mesmo com a filhota super-agasalhada e dormindo muito bem no colinho, achamos melhor voltar logo.

De qualquer jeito, já valeu para começar. Mesmo com todos os problemas que tivemos, mesmo com o vento fortíssimo, aqueles poucos minutos que conseguimos ficar lá já valeram. O lugar é impressionante: “Mágico” foi o que mais lia quando me planejava e foi justamente isto o que sentimos. No próximo post falo do Monte durante o dia, para não ficar coisa demais aqui.

A distância

A distância

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Em poucos minutos, já valeu a pena a viagem

Em poucos minutos, já valeu a pena a viagem